351 a 360 (buzina a caviar)
Aqueles dois olhos luminosos, destacados na noite, avançavam em sua direção. Quando o alcançaram, uma buzina foi a última coisa que ouviu.
352 – sorvete
Manuela chupava o sorvete muito lentamente. Mas quem se derretia eram os olhares que testemunhavam a cena.
353 – paixão
Ele estudara a Bíblia, o Corão, o Talmude, Confúncio, Buda e Platão. Mas continuava não entendendo bulhufas acerca da paixão.
354 – livros
Plena madrugada, naquele prédio estava sempre acesa a terceira janela. Um doente terminal vivia com intensidade, lendo todos os livros que ainda podia.
355 – flores
Flores murchas ornavam as janelas da velhinha meticulosa. Os vizinhos distraídos e a família ausente demoraram meses para achar seu cadáver na sala.
356 – reeleição
Quando o velho deputado perdeu pela primeira vez uma reeleição, a família agradecida fez uma grande comemoração.
357 – almofada
Ao sonhar com o namorado, Débora dormia abraçada com a almofada. Ao acordar, ela estava toda molhada.
358 – suspiros
Tarsila fugia do mundo na biblioteca. Lendo fogosos romances, soltava discretos suspiros, atraindo os sáficos e platônicos olhares da bibliotecária.
359 – casal
José, Pedro e Maria formavam um casal. Como assim? Simples. Para eles era muito bom e natural.
360 – caviar
Severino comeu caviar e arrotou. Que saudades da buchada de bode! - suspirou.
microcontosMicrocontos de Carlos Seabra - http://seabra.com/microcontos
caro , o 353 é uma delicia. o micro conto com rima dá muito certo
abraço
jose santos
"Flores murchas ornavam as janelas da velhinha meticulosa. Os vizinhos distraídos e a família ausente demoraram meses para achar seu cadáver na sala"
Nossa! É a velocidade do mundo moderno, descrito em pequenas palavras.
Parabéns por todos os seus trabalhos!
PS: Só não gostei de você ter ganhado de mim no TOC140. ;)
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