23 setembro 2005

341 a 350 (ombudsman a cafetina)

341 – ombudsman
Era uma facção tão institucional do crime organizado que criar o cargo de ombudsman pareceu até natural.

342 – crueldade
Supremo requinte da crueldade, ela lambia os dedos depois de comer chocolate, saboreando o súbito silêncio dos colegas no escritório.

343 – bruxas
Congestionamento de vassouras na convenção das bruxas. Os semáforos, enfeitiçados, piscam em todas as cores.

344 – gagarin
Gagarin viu a Terra azul. As guerras a fizeram avermelhada. Com a poluição, está ficando toda cinzenta.

345 – compradora
Ela era uma compradora tão compulsiva que até para seus inimigos gostava de adquirir pequenos presentes.

346 – hipocondríaco
Antenor era um hipocondríaco de grande erudição. Além dos remédios que tomava, milhares de outras bulas formavam sua ampla coleção.

347 – furacão
Um pequeno furacão seguido de uma grande inundação, foi o que bastou para mostrar o terrível país por trás daquela nação.

348 – trote
Puxada pelo cachorro, a franzina senhora trotava pelas calçadas do bairro, usando suas poucas forças apenas para se desviar dos transeuntes.

349 – saudades
Sempre que um deles viajava, ficavam com tantas saudades que acabavam brigando feio antes do reencontro.

350 – cafetina
No Congresso Nacional, nenhuma bancada tinha tantos deputados como a agenda daquela cafetina.
Microcontos de Carlos Seabra - http://seabra.com/microcontos

Blogger Rosane Vilaronga said...

Depois de ler cada conto ponto a ponto, eu te conto: fica a vontade incontávelde encontrar nem que seja só mais um ponto...

24/3/10 09:52  

Postar um comentário

<< Voltar para a página inicial