341 a 350 (ombudsman a cafetina)
Era uma facção tão institucional do crime organizado que criar o cargo de ombudsman pareceu até natural.
342 – crueldade
Supremo requinte da crueldade, ela lambia os dedos depois de comer chocolate, saboreando o súbito silêncio dos colegas no escritório.
343 – bruxas
Congestionamento de vassouras na convenção das bruxas. Os semáforos, enfeitiçados, piscam em todas as cores.
344 – gagarin
Gagarin viu a Terra azul. As guerras a fizeram avermelhada. Com a poluição, está ficando toda cinzenta.
345 – compradora
Ela era uma compradora tão compulsiva que até para seus inimigos gostava de adquirir pequenos presentes.
346 – hipocondríaco
Antenor era um hipocondríaco de grande erudição. Além dos remédios que tomava, milhares de outras bulas formavam sua ampla coleção.
347 – furacão
Um pequeno furacão seguido de uma grande inundação, foi o que bastou para mostrar o terrível país por trás daquela nação.
348 – trote
Puxada pelo cachorro, a franzina senhora trotava pelas calçadas do bairro, usando suas poucas forças apenas para se desviar dos transeuntes.
349 – saudades
Sempre que um deles viajava, ficavam com tantas saudades que acabavam brigando feio antes do reencontro.
350 – cafetina
No Congresso Nacional, nenhuma bancada tinha tantos deputados como a agenda daquela cafetina.
microcontosMicrocontos de Carlos Seabra - http://seabra.com/microcontos
Depois de ler cada conto ponto a ponto, eu te conto: fica a vontade incontávelde encontrar nem que seja só mais um ponto...
Postar um comentário
<< Voltar para a página inicial