361 a 365 (gude a Hitchcock)
No leito da morte, o ancião relembrava toda a sua vida. Tudo o que desejava agora era ter de volta suas bolinhas de gude.
362 - dupla
Dr. Jekyll e Mr. Hyde formaram uma dupla caipira. Os espetáculos foram um fracasso, pois quando um subia ao palco ninguém achava o outro.
363 - lolita
Lolita era tão terrível na arte da sedução que seu ursinho de pelúcia vivia morto de tesão.
364 - maestrina
Na cozinha as panelas cantam, na sala os estômagos roncam. A maestrina dá os últimos toques nessa sinfonia com o tilintar dos talheres ao pôr a mesa.
365 - hitchcock
Olga gostava tanto de viver com segurança momentos de pavor, que sempre colocava fundos musicais de filmes de Hitchcock ao tomar banho no chuveiro.
microcontosMicrocontos de Carlos Seabra - http://seabra.com/microcontos
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Carlos,
Comecei a pesquisar microcontos há pouco tempo e quando cheguei a você, por incrível que pareca, fiquei frustrada, porque achava que a idéia genial de distribuir "livros" e contos pelo celular tinha sido minha. Na verdade, a minha envolvia bluetooth e cartazes no metro ("Ligue seu bluetooth e viaje conosco" ou algo do tipo)
Não terminei de ler todos os microcontos, mas estou adorando. Há idéias muito boas e meu preferido até agora é o "Varal".
Porém(e aqui vai minha desculpa antecipada se você achar que estou sendo chata, intrometida ou algo assim), há algo neles que me incomoda: Os títulos. Me fica muitas vezes a impressão que eles ou entregam demais ou são apenas ecos do que o conto dirá.
Uma vez eu li "Memórias Sentimentais de João Miramar" e o que mais mexeu comigo foi como Oswald usava os títulos sabiamente. Lembro de um trecho que se chamava Natal e que apenas dizia: "Minha sogra virou avó". Não é o máximo?
Tentei aplicar isso a seus textos. Apenas como exemplo, vou usar uma das idéias que mais gostei:
342 – crueldade
Supremo requinte da crueldade, ela lambia os dedos depois de comer chocolate, saboreando o súbito silêncio dos colegas no escritório.
Trocando o título por Chocolate e omitindo a palavra do conto, ele ficaria menor, sem perder nada do sentido.
Eu não sei se me fiz entender. Tentei tomar o cuidado para não parecer que quero te ensinar a fazer nada, até porque, eu não sei.
Mas, não consegui conter essa "crítica", que espero que seja vista de maneira construtiva.
Meus melhores desejos e continue com esse trabalho lindo!
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Prezada Laís,
Obrigado por seus comentários. Realmente, não deve haver título, inclusive porque a proposta destes meus microcontos é poderem caber em mensagens de texto via celular, SMS, e o título em muitos casos faria ultrapassar o número de toques.
Veja, na lateral do blog, que eu disse que os meus microcontos não possuem título, sendo somente uma forma de organização e indexação:
AVISOS E OBSERVAÇÕES
Os microcontos aqui publicados estão numerados e com uma palavra intitulando-os meramente com fins de organização interna deste blog, não fazendo parte do texto. Ou seja, sua reprodução não necessitará possuir título, podendo limitar-se ao conteúdo do microconto e à citação de autoria.
Abraços!
Carlos
Gostei muito dos microcontos e dos títulos também, apesar de entender que isso não é necessário. Parabéns!
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