24 maio 2005

151 a 160 (goteiras a cacique)

151
As goteiras aumentavam, em cadência com um Mozart ao fundo. O maldito violinista estava de novo em cima do telhado!

152
O delegado batucava sambas na delegacia. Naquele plantão, ficou com as pernas bambas ao conhecer Maria.

153
Era um ladrão muito respeitado. Só caiu na boca do povo quando virou deputado.

154
Usava camisinha e sentia-se em pecado, mas quando parou de usá-la e morreu com aids não foi beatificado.

155
Muito organizada aquela mamãe gansa: põe um ovo todo o dia mas dois no sexta, que sábado ela descansa.

156
Era uma moça tão séria que nem quando lhe faziam cócegas na vulva ela sorria.

157
Aquela guerra era uma simulação, mas quando o videogame entrou em curto, foi bem real o choque que queimou sua mão.

158
Tudo lhe era motivo para otimismo. Quando um pássaro defecou em sua cabeça, regozijou-se pelos elefantes não voarem.

159
A gravata era a coleira de sua função. Enforcou-se nela quando soube de sua demissão.

160
O cacique foi levado à cidade grande, onde conheceu avião, computador, rádio, metrô e microscópio. Mas o que mais o impressionou foram as escadas!
Microcontos de Carlos Seabra - http://seabra.com/microcontos

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